31.1.06

ESTADOS DE ALMA

Hoje não me apetece escrever. Não me apetece ouvir ninguém. Vou apreciar o mar, torcer o nariz ao feder das descargas poluídas no areal, limpar a caca das gaivotas no meu cabelo, olhar o azul celeste tingido pela fumaça de um braseiro. Descalço, vou sentir a areia quente das beatas quase extintas, construir castelos povoados de copos de plástico e pauzinhos de gelado, qual cavaleiro andante sonhador em busca de donzelas oxigenadas e possuídas por louco fervor uterino. Mas…
Uma crise intestinal, de origem desconhecida, interrompe-me toda esta paz interior. No areal, sob as gaivotas e o azul tingido do céu, no meio de beatas, copos de plásticos e pauzinhos de gelado, na ausência de donzelas oxigenadas… apreciei a linha do horizonte e aliviei toda a minha “revolta” do momento. Abençoada brisa perfumada de maresia!


Mas hoje, não me apetece escrever mais. Ponto final.