31.8.07

INDEFINITU

Talvez me tenhas esquecido.
Eu... ainda retenho um ou outro gesto.
Dois traços do teu rosto.
O cabelo onde enterrava os dedos, o mamilo que me provocava a língua...
os teus pés frios... tu.

Quero esquecer-te e lembrar-te… indefinidamente.

24.8.07

CANNA MELLA

“Desnudou-o” impacientemente.
Deixou que lhe tocasse os lábios e abocanhou-o selváticamente.
Chupou-o, trincou-o, envolveu-o na carne quente e húmida da sua boca.
Ele... diluiu o leite espesso naquela escaldante saliva.
Ela... puxou de um “kleenex” e arrastou-o num rosto enlambuzado.

Não satisfeita, retirou o último caramelo que lhe restava.
“Desnudou-o”, impacientemente.
...

17.8.07

PENSU

Para além do ser ou não ser dos problemas ocos…
penso em sexo.

(Logo… existes.)

10.8.07

CEREVÍSIA

No ambiente noctívago de um Alvor “estrangeirado” deambulava por ruelas enxameadas de loiras, ruivas e morenas sem no entanto ficar cativado por algo que lhe despertasse aquela “sede” abrupta que, quando mitigada, o deixava abstraído da existência.
No seu pensamento, apenas o compromisso que tinha para com ela. Eleita entre as muitas que lhe haviam tocado os lábios... era a única!
Encorpada, mas escultural. Perfumada, mas discreta.


Num bar da antiga lota encontrou-a: chamava-se “Boémia”… e para a boémia da madrugada partiram.

3.8.07

LABIU

Toco-te.
As minhas mãos sentem os traços do teu rosto.
No meu rosto o ar quente do teu respirar desperta suavemente o acordar de um beijo que, calmo, se espraia no mar de saliva das nossas bocas.

(Para trás… ficaram trilhos em lábios feitos dunas.)