26.10.07

GLOBELLU

Sei o que tu pensas...
embora sabendo, também, que tu sabes o que eu penso.
Na reciprocidade de tal pensamento, pensamos em repensar esta quase obsessão que partilhamos em realizar o pensamento que nos corrói.

Acredita, que eu penso que sim... porque sei o que tu pensas e nisso acreditas.

19.10.07

FICU

Numa abordagem que ele queria discreta (mas incisiva) achou por bem trocar o habitual “bom-dia” por algo que os tornasse mais chegados, familiares, íntimos.
Como pouco ou nada sabia dela arriscou num meio-termo que a muito permite: “Olá Biscoito”!
Ela corou um pouco e retribuiu com os habituais cumprimentos.
O quadro repetiu-se no tempo até ao dia em que, saturado por não meter a mão na boleira (sic) lhe lançou o enfastiante e seco “bom-dia”.
Estranhando a atitude dele perdeu por momentos a timidez e perguntou-lhe:
- Não me chamas “Biscoito”, hoje?

Mirando-a de alto a baixo atirou-lhe de chofre: - Sabes… eu hoje chamava-te era um figo!

12.10.07

APPETERE

Apetece-me escrever...
Defronte do impessoal teclado primo a letra A.
Talvez procure o amor.
Olho o M, misterioso. Toco o O e revejo um olhar.
Um traço surge, abrupto!
Tento o T, na procura de ti, o E... na procura do eu.


AMO-TE... é o que me apetece tão só escrever.

5.10.07

BANEU

As mãos percorriam-lhe o seu corpo nu.
Acariciavam suavemente a pele macia onde uma penugem provocante e sensual despertava fruto da excitação acumulada.
Os mamilos, também eles erectos pelos movimentos meigos, circulares, constantes, apontavam para um horizonte de prazer habitado por orgasmos de infinito.
Deixou, após muito gozo, que ele ejaculasse sobre si uma torrente de sensações há muito retardadas arrastando no turbilhão a mais pura espuma cremosa de um “Arran Aromatics”.

Sentindo-se levitar, fechou a torneira do chuveiro e adormeceu por entre lençóis de linho e encarnadas pétalas de flor. Ela… e a sua gata Nina.