29.2.08

DICTATORE

Naquele dia o ar estava impregnado de uma "química" festiva, fazendo interrogar os forasteiros sobre o porquê do mesmo numa população por norma obnóxia, introvertida e distante.
Um deles, mais ousado, indagou junto do "acólito" a anormalidade:
- Partiu, para os braços do "Senhor", o monturo feito Regedor, filho do anterior e neto do primeiro (sic).
Afinal… havia mesmo razões para festejar:

sem descendência, baixava à terra o último dos "Coveiros" da aldeia!

22.2.08

MOMENTU

Ligou o "mp3" e deixou envolver-se em Bethânia, Rita, Rôrô.
Deslizou pela megacidade ensonada pelo amanhecer que se afirmava, indiferente a tudo e a todos!
O tempo, esse, surgiu quando o corpo lhe pediu alimento!
Na Moema, ao balcão do refinado "Armazém Paulista", saboreou a provocante “Feijoada” que de braço dado com a gelada “Caipirinha” o fez lançar olhares provocantes (q.b.) à explosiva recepcionista.
A empatia… foi instantânea!
Acabaram por deixar S.Paulo, com Santos no pensamento.
Pelo caminho, os seus corpos ainda se transformaram num só…


sobre o quente areal da Baia de Guarujá!

15.2.08

PILU

Aprisionado, no meio de um vale fedendo a merda...
ele definha, lentamente.
No seu intimo, profundo... ainda sonha!
Sonha com uma torrente de água, revolta, que há-de chegar...
levando-o para outros mundos, do mundo!
Ele...

...um dos muitos sorumbáticos pêlos do olho do cu.

8.2.08

CARNE

Tira-me a angustia que sinto... deixando-me sentir-te.
Sentir os teus gemidos...
quando te mordisco a carne.
A carne, quente, só tua, onde o meu sexo arrefece e se transforma.
Sentir-te...

sentindo-me pássaro do teu céu, poema do teu livro, confidente do teu íntimo.

1.2.08

SPECULU

Quis rever no espelho o corpo, em busca da razão da existência.
Confrontado com o contorno vago de uma silhueta moribunda, alucinada…

cerrou os olhos e afogou-se em memórias de vida.