22.5.09

INTOLERÂNCIA

A paixão a tudo ia resistindo (ou a quase tudo)!
Arrufos de ciumeira, beiças pelas longas tardes de consumísmo que ele passava a “bordo” das naus do “Colombo” ou do “Vasco da Gama”, as palavras domingueiras da pérfida língua da sogra ou o cheiro do “Floid” que lhe lembrava o repelente de insectos que usou há muito na desbunda finalista de Lloreto del Mar. Mas, a falta de visão, foi fatal para o necessário equilíbrio da relação:
- Tolero-lhe tudo, tudo, menos a sua constante falta de pontaria no alvo!
Terminaram, ao fim de vinte anos de vida em comum, com um afecto que se arrastava já desde a Creche Infantil… onde timidamente trocaram as primeiras colheradas de “Nestun” e chuparam, mutuamente, os dedos besuntados de “Blédine”.

Tudo por causa de umas pingas douradas no branco “caixilho” da sanita!