24.11.06

LIQUORE

A tarde finava-se no horizonte.
O frio, implacável, negou-lhes a maresia, a areia, o grito das gaivotas.
Aceitaram, cúmplices, o apelo da lareira e inebriaram-se em aromas de pinho e eucalipto. Crepitares da madeira provocavam o silêncio intimista e a chuva, tímida, roçava as vidraças, lânguida, cristalina.
Terno, ele, chegou-lhe aos lábios um doce e sensual néctar!
Duas gotas rolaram, lentamente, pelos seus seios… e os corpos explodiram, ali, num bailado frenético de línguas, corpos, fluidos, sexo.
O tempo perdeu-se na noção do momento e o orgasmo, longo, inanimou-os.
Já a noite se desvanecia na madrugada quando, em jeito provocatório, olharam de soslaio para o “Baileys”!

Duas gotas rolaram, novamente, pelos seus seios…