29.12.06

PERSICU

Com o descaro que só os mais íntimos lhe conhecem, ela começou a apalpá-lo, excitando-se com a fina penugem que lhe protegia a pele.
A mão, pequena e delicada, não lhe fazia a vontade do desejo.
Sofregamente queria apertá-lo, trincá-lo, mais e mais.
Repetiu os gestos com um, com outro… com muitos, sem vergonha, alheia ao movimento em seu redor.
Esses, os que passavam, desafortunados, olhavam com inveja, tesão. Também eles queriam ser tocados por aquele corpo, acariciados por aqueles gestos, hipnotizados por aquele olhar.
Mas, subitamente, o “bailado” de carícias findou.

O seu louco desejo por Pêssegos foi momentâneo, fugaz. Inconstante… como ela.