5.1.07

TANGO

Latidos de Buenos Aires ecoavam no espaço, enquanto no ar pairava o aroma de um velho amigo de 30 anos, fino e raro para os dias que correm: “James Martin’s” de seu apelido.
Sabia, que fora deste seu mundo, se vomitavam palavras de ocasião sobre os desejos a realizar no decorrer da nova viagem da Terra em torno do Sol.
Boçalidades triviais acerca da génese de um novo período, ridículas, como que acreditando que o nascimento de um tempo se curva às vontades primárias de indigentes intelectuais mortais!
Reconhecendo tal constatação e com um traço de escárnio na face, degustou longamente a maturação da sua velha amizade.
Amplificou um pouco mais os acordes de “Aníbal Troilo e su Orquestra” e recordou antigos passos de dança em braços (ainda) tão desejados.


“Y el corazón, se sabe, no siempre necessita de palabras para contar qué siente.”